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Quando Nicola Cassinelli, advogado italiano e ocasional colecionador de arte, fez uma oferta para um retrato do falecido primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, diz ele, não sabia que isso o colocaria no centro de uma investigação criminal internacional.
A imagem mostra um Churchill carrancudo posando após seu prolífico discurso de 1941 no Parlamento canadense. Ele captura o líder do tempo de guerra momentos após o fotógrafo local Yousuf Karsh arrancou um charuto de sua mão. Quando Karsh voltou para sua câmera, viu um Churchill que “parecia tão beligerante que poderia ter me devorado”.
Karsh tirou a foto, intitulada “O Leão que Ruge”, que sem dúvida se tornou a imagem mais famosa de Churchill na história. É também uma das imagens mais reproduzidas do século 20, aparecendo na nota de cinco libras do Reino Unido.
O leão roubado
Oito décadas depois, em maio de 2022, Cassinelli, advogado corporativo de 38 anos, navegava em leilões de arte online. Ele viu “The Roaring Lion” à venda por cerca de 5.200 libras, ou pouco mais de C$ 9.000.
“Achei que estava fazendo um lance por uma das várias cópias”, disse ele em entrevista ao CTV News. “Alguns meses depois, descobri que não comprei um simples exemplar, mas aquele exemplar.”
“Essa” cópia estava, até meses antes, pendurada na parede do prestigiado hotel Fairmont Chateau Laurier, em Ottawa, onde a icônica fotografia foi tirada e onde Karsh viveu por 18 anos. Mais tarde, ele presenteou o retrato ao Chateau Laurier.
O hotel também foi palco de um crime. Em agosto de 2022, um trabalhador da manutenção, Bruno Lair, fazia uma ronda pelo Chateau Laurier quando percebeu que “O Leão que Roar” estava torto.
Mais do que isso, parecia menor. E estava em uma moldura sem travas, pendurada com arame. “Essas fotos não estão penduradas por um fio”, disse ele mais tarde ao CTV News.
“The Roaring Lion” naquela parede era uma farsa. O verdadeiro havia sido roubado.
Ele alertou seu chefe e deu início a uma investigação policial que duraria dois anos, cruzaria oceanos e acabaria levando a um telefonema para Cassinelli.
‘A Mona Lisa na sua sala’
“Recebi um telefonema da casa de leilões me dizendo para não vender ou transferir a obra de arte”, disse ele, referindo-se ao retrato agora pendurado em sua sala de estar.
Ele pesquisou o retrato no Google e viu as manchetes de que a famosa versão do Chateau Laurier estava faltando. A CTV News informou na época que a mudança levou o hotel a tranque todos os seus outros retratos no armazenamento.
Meses se passaram enquanto a polícia continuava sua investigação, gradualmente se concentrando na cópia de Cassinelli. Eventualmente, ele recebeu outra ligação confirmando a notícia.
“Naquele momento percebi que era como ter a Mona Lisa na sua sala”, lembrou. “É uma fotografia mítica.”
Num comunicado de imprensa de 11 de setembro, o OPS confirmou que os investigadores identificaram e acusaram Jeffrey Iain James Wood, de 43 anos, de Powassan, Ontário, em abril, pelo roubo e tráfico do retrato “The Roaring Lion”.
OPS inicialmente disse à mídia que o nome de Wood estava proibido de publicação, o que não era o caso.
Cassinelli não ignorava o significado da imagem. Tendo estudado Churchill, ele diz que sabia que a edição do retrato era de grande importância histórica – não apenas para o legado do primeiro-ministro, mas para o Canadá.
Num mundo de cópias, seu retrato era “uma verdadeira obra de história. Uma verdadeira obra de arte”.
A pedido do hotel e das autoridades, ele concordou em devolver a foto. Uma cerimônia de repatriação será realizada na Embaixada do Canadá em Roma na próxima semana. Cassinelli planeja comparecer, junto com investigadores da polícia e a administração do Chateau Laurier.
No dia em que o entregou, diz ele, comprou outro “Roaring Lion” – uma versão simples em pôster – por cerca de US$ 50 e pendurou-o no local deixado vago pela edição do hotel.
“Isso é uma cópia, mas o original já esteve lá, e isso é incrível”, disse ele. “Tenho uma história para contar durante toda a minha vida.”
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