Pelo menos 17 estudantes morreram num incêndio que devastou, na quinta-feira à noite, o dormitório de uma escola na região de Nyeri, no centro do Quénia, anunciou esta sexta-feira a polícia.
O fogo terá começado por volta da meia-noite e rapidamente tomou conta dos dormitórios onde as crianças dormiam. Pelo menos 16 pessoas morreram no local e uma mal deu entrada no hospital. “Os corpos estavam irreconhecíveis”, disse a porta-voz da polícia, Resila Onyango, citada pelo jornal Nação.
O incêndio “causou 17 mortos” e 13 pessoas foram hospitalizadas com ferimentos graves, informou Onyango, que falou aos jornalistas às 9h locais (7h em Lisboa). Acrescentou ainda que a média de idade das vítimas ronda os nove anos.
As autoridades consideraram ser possível que o número de mortos possa aumentar. “É provável que sejam recuperados mais corpos quando o local for totalmente examinado”. Foi enviada uma equipa de investigadores para a escola.
“Os responsáveis serão chamados a prestar contas”, escreveu William Ruto, Presidente do Quénia, após lamentar o incêndio “terrível” e “devastador”. Informou ainda que o Ministério do Interior está a mobilizar “todos os recursos necessários para apoiar as famílias afectadas”.
A Cruz Vermelha instalou um balcão na escola e está a prestar apoio psicológico aos alunos, professores e famílias afectadas.
A causa do incêndio na escola Hillside Endarasha Primary está a ser investigada, afirmou Onyango. A escola está localizada a cerca de 170 quilómetros a norte da capital, Nairobi, e alberga por volta de 800 alunos, com idades compreendidas entre os cinco e os 12 anos.
Este não é um caso único, ao longo dos anos vários incêndios consumiram dormitórios de escolas no país e em grande parte da África Oriental. Em 1994, 40 alunos morreram e 47 ficaram feridos num incêndio numa escola de raparigas na Tanzânia.
Em 2001, 67 alunos foram mortos numa escola no sul do Quénia – dois alunos foram acusados de terem assassinado os colegas. Mais recentemente, em 2017, nove estudantes morreram queimadas numa escola secundária feminina em Nairobi, capital do Quénia. Após investigação, a polícia concluiu que teria sido uma aluna de 18 anos, que acabara de ingressar na escola, a provocar o incêndio porque queria mudar de escola.